Os pais portugueses são dos que mais se preocupam com os perigos da Internet, mas embora sondagens europeias indiquem que são vigilantes, na prática isso não acontece por desconhecimento técnico, disse à Lusa a coordenadora do EU Kids Online Portugal.
"É mais frequente serem os filhos a ensinar os pais a navegar na Internet do que o contrário, um dado que revela uma realidade singular na Europa: o fosso educacional", disse Cristina Ponte, que falava à Lusa a propósito do Dia Europeu da Internet Segura que hoje se assinala.
Tendo como base os últimos dados do eurobarómetro divulgado em Dezembro de 2008, Cristina Ponte, que é investigadora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, entrevistou 70 pais portugueses em diversos pontos do país.
O euróbarometro indicava que adultos portugueses são pouco utilizadores da Internet, mas são, juntamente com os franceses, os que estão mais preocupados estão com os seus perigos, em especial com as imagens de sexo e violência e com os contactos on-line que os filhos poderão ter com adultos.
Neste estudo europeu, 30 por cento dos pais portugueses chegam mesmo a dizer que se sentam a lado dos filhos quando eles usam a Internet em casa, uma percentagem longe dos 13 por cento da média dos 27 países da União Europeia.
Trinta e cinco por cento dos pais portugueses afirmam também que depois do filho ter usado a Internet vão ver o que ela fez, contra os 22 por cento da média dos 27.
Contudo, adiantou Cristina Ponte, as entrevistas desenvolvidas em Janeiro pela equipa portuguesa revelam outra realidade: os pais estão realmente preocupados, mas não transparece que façam tudo no computador para verificar o que os filhos realmente vêem na Internet.
Num dos depoimentos é assim explicado o controlo parental: "Fazemos de vez em quando uma visita ao histórico. Ele também já sabe apagar o histórico, mas nós conseguimos voltar atrás de forma a chegarmos onde ele esteve. Vamos vendo o histórico, e por isso já demos por ele apagar".
Um outro depoimento revela o pouco uso da Internet por parte dos pais: "Estou a trabalhar... é assim esta vida...até queria estar com eles que era para eu aprender um bocadinho, mas a vida não permite".
Cristina Ponte chama assim a atenção para a necessidade de formação dos pais, alargando a inclusão digital aos adultos de forma a combater o fosso entre avós, pais e filhos.
O Dia Europeu da Internet Segura é assinalado hoje em Lisboa com um encontro da Plataforma "Net Segura" que tem por objectivo fazer um ponto de situação sobre a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação pelas famílias, as crianças e os jovens em Portugal, propor medidas de formação e sensibilizar o público para a necessidade de um esforço educacional que abranja toda a população.
A investigadora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e coordenadora do EU Kids Online Portugal será uma das oradoras do encontro, abordando as perspectivas dos pais sobre usos seguros da Internet.
O projecto europeu EU Kids Online é um projecto sobre segurança on-line que visa criar um guia de recomendações para o uso seguro da Net.
Segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística, quase todos os adolescentes portugueses dos 10 aos 15 anos usam o computador e nos últimos anos cresceu o número dos que acedem à Internet, sobretudo a partir de casa.
Para assinalar o Dia Europeu da Internet Seguro, além do encontro está ainda prevista a passagem de uma mensagem nas máquinas ATM da rede Multibanco, bem como um spot de rádio, que pretende consciencializar os pais e educadores para os benefícios de acompanharem os seus filhos e educandos nas suas experiências online, em segurança, mas também em liberdade.
Lusa
"É mais frequente serem os filhos a ensinar os pais a navegar na Internet do que o contrário, um dado que revela uma realidade singular na Europa: o fosso educacional", disse Cristina Ponte, que falava à Lusa a propósito do Dia Europeu da Internet Segura que hoje se assinala.
Tendo como base os últimos dados do eurobarómetro divulgado em Dezembro de 2008, Cristina Ponte, que é investigadora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, entrevistou 70 pais portugueses em diversos pontos do país.
O euróbarometro indicava que adultos portugueses são pouco utilizadores da Internet, mas são, juntamente com os franceses, os que estão mais preocupados estão com os seus perigos, em especial com as imagens de sexo e violência e com os contactos on-line que os filhos poderão ter com adultos.
Neste estudo europeu, 30 por cento dos pais portugueses chegam mesmo a dizer que se sentam a lado dos filhos quando eles usam a Internet em casa, uma percentagem longe dos 13 por cento da média dos 27 países da União Europeia.
Trinta e cinco por cento dos pais portugueses afirmam também que depois do filho ter usado a Internet vão ver o que ela fez, contra os 22 por cento da média dos 27.
Contudo, adiantou Cristina Ponte, as entrevistas desenvolvidas em Janeiro pela equipa portuguesa revelam outra realidade: os pais estão realmente preocupados, mas não transparece que façam tudo no computador para verificar o que os filhos realmente vêem na Internet.
Num dos depoimentos é assim explicado o controlo parental: "Fazemos de vez em quando uma visita ao histórico. Ele também já sabe apagar o histórico, mas nós conseguimos voltar atrás de forma a chegarmos onde ele esteve. Vamos vendo o histórico, e por isso já demos por ele apagar".
Um outro depoimento revela o pouco uso da Internet por parte dos pais: "Estou a trabalhar... é assim esta vida...até queria estar com eles que era para eu aprender um bocadinho, mas a vida não permite".
Cristina Ponte chama assim a atenção para a necessidade de formação dos pais, alargando a inclusão digital aos adultos de forma a combater o fosso entre avós, pais e filhos.
O Dia Europeu da Internet Segura é assinalado hoje em Lisboa com um encontro da Plataforma "Net Segura" que tem por objectivo fazer um ponto de situação sobre a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação pelas famílias, as crianças e os jovens em Portugal, propor medidas de formação e sensibilizar o público para a necessidade de um esforço educacional que abranja toda a população.
A investigadora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e coordenadora do EU Kids Online Portugal será uma das oradoras do encontro, abordando as perspectivas dos pais sobre usos seguros da Internet.
O projecto europeu EU Kids Online é um projecto sobre segurança on-line que visa criar um guia de recomendações para o uso seguro da Net.
Segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística, quase todos os adolescentes portugueses dos 10 aos 15 anos usam o computador e nos últimos anos cresceu o número dos que acedem à Internet, sobretudo a partir de casa.
Para assinalar o Dia Europeu da Internet Seguro, além do encontro está ainda prevista a passagem de uma mensagem nas máquinas ATM da rede Multibanco, bem como um spot de rádio, que pretende consciencializar os pais e educadores para os benefícios de acompanharem os seus filhos e educandos nas suas experiências online, em segurança, mas também em liberdade.
Lusa